G20 abre reunião com agenda repleta de pontos de interrogação, a procura de respostas



O G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, abriu nesta quinta-feira, 16, em Baden-Baden, na Alemanha, encontro que irá até o próximo sábado reunido ministros de Finanças e presidentes dos Bancos Centrais, entre eles o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles e o presidente do BC, Ilan Goldfajn.

Os dois representantes brasileiros, contudo, participarão apenas dos dois últimos dias de reunião. Nesta quinta, Meirelles participou de um debate no Instituto de Finanças Internacionais (IFI), em Frankfurt, onde mostrou os avanços conquistados nos últimos meses pelo governo brasileiro, como a convergência da inflação para o centro da meta (4,5%) e as perspectivas de retomada da economia com a aprovação de reformas, entre elas as  a Previdência e a do trabalho. A redução da burocracia e as melhoras no ambiente de negócios foram dois outros aspectos ressaltados no encontro que Meirelles teve com economistas e investidores.
O encontro dos ministros de Finanças servirá de preparação também para a reunião dos chefes de governo do G20, que ocorrerá em setembro, em Hamburgo. Paralelamente à reunião do G20, haverá um encontro entre ministros de Finanças dos países dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A agenda, contudo, está repleta de desafios e incógnitas, especialmente depois da elevação dos juros nos Estados Unidos, agora entre 0,75% e 1%,  a imprevisibilidade da permanência de acordos comerciais, após a posse de Donald Trump com sua política protecionista, e quais serão as medidas de estímulo que os governos terão que promover para o crescimento da economia global. A agenda inclui ainda temas espinhosos como o papel do Fundo Monetário Internacional (FMI) e dos bancos internacionais de desenvolvimento, a regulação do sistema financeiro e os subsídios aos combustíveis fósseis.
O sócio-diretor da E2 Economia.Estratégia, Celso Toledo, diz que o mundo ainda se encontra em uma situação delicada de recuperação e que exige atenção redobrada. Entre esses pontos, um dos que mais preocupa, na opinião de Toledo, é o avanço do protecionismo.
"Essa noção de que o comércio exterior é um jogo de soma zero infelizmente é uma praga. Tem apelo intuitivo, mas está absolutamente errado. Esse avanço do populismo no mundo, e a gente viu na Inglaterra, nos Estados Unidos, esse sentimento crescendo na Europa, no final todo mundo sai perdendo com isso", diz o analista.
Com relação à elevação dos juros nos EUA — duas altas de dezembro para cá após uma década de taxas estáveis —, Toledo afirma: "O que o Fed faz afeta o mundo inteiro. O lado bom é que foi dentro do esperado. O que provoca instabilidade é quando você tem uma surpresa no movimento, e a sinalização é de que ele vai devagar. Agora não resta dúvida de que aquele mundo de taxa de juro baixíssima não vai acabar amanhã, mas vai acabar."
Para Toledo, a alta dos juros não trará reflexos imediatos para a economia brasileira a não ser que haja alguma surpresa pelo caminho. 

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